Essa conquista não foi fácil e ainda não o é. É uma luta diária dessas pessoas, suas famílias, amigos, organismos públicos ligados aos direitos humanos e militantes dessas causas. No entanto persistem enormes focos de resistência que tem se manifestado com maior ou menor intensidade. Um desses focos está enraizado num lugar onde nem deveria ser considerado - nas escolas privadas. O discurso econômico tem sido usado como uma barreira invisível, mas eficiente. Tem dado a essas organizações um motivo público, não justo e nem legal, para impedir o acesso e excluir os diferentes.
Muitos lugares enfrentam o problema e tem dado soluções legais, quando isso deveria ter solução social.
Brasília, enfrentou essa situação:
Aluno especial paga mais
Escolas particulares cobram ilegalmente taxas extras para matricular estudantes com síndrome de Down. A prática é condenada pelo Conselho Nacional de Educação e pela Secretaria de Educação, que pregam o respeito à inclusão
Acompanhante
A posição do CNE converge com a da Secretaria de Educação. Segundo o chefe da Coordenação de Supervisão Institucional e Normas de Ensino (Cosine), Marcos Silvio Pinheiro, órgão que supervisiona e orienta as escolas, a maioria das instituições não têm condições de receber alunos especiais. “O ideal seria que todas conseguissem atender bem essas pessoas, realmente educar. A princípio, esta cobrança é ilegal. Mas teremos que investigar todas elas para dizer o que pode acontecer.” Segundo ele, é preciso haver apuração de cada caso. “A escola pública tem os profissionais treinados para ensinar, mas as particulares enxergam a questão econômica. Temos processos de instituições que rejeitaram alunos.”
A posição do CNE converge com a da Secretaria de Educação. Segundo o chefe da Coordenação de Supervisão Institucional e Normas de Ensino (Cosine), Marcos Silvio Pinheiro, órgão que supervisiona e orienta as escolas, a maioria das instituições não têm condições de receber alunos especiais. “O ideal seria que todas conseguissem atender bem essas pessoas, realmente educar. A princípio, esta cobrança é ilegal. Mas teremos que investigar todas elas para dizer o que pode acontecer.” Segundo ele, é preciso haver apuração de cada caso. “A escola pública tem os profissionais treinados para ensinar, mas as particulares enxergam a questão econômica. Temos processos de instituições que rejeitaram alunos.”
Apesar da cobrança, nenhuma das escolas visitadas mentiu ou tentou fazer um contrato com cláusulas obscuras. “Toda vez que a criança precisa de um atendimento especial, há um aumento no valor. Se ela necessita de um tutor, não posso dissolver isso nas outras mensalidades. A situação é, sim, legal, tem uma relação contratual clara”, disse a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, também proprietária da Dromos. Ela ressalta que o tutor garante a integridade da criança. “Com a contratação, garantimos a real inclusão, pois o acompanhante mostra os limites e direciona o estudo.”
O Correio ouviu funcionários de três colégios durante as visitas. Na Escola Nossa Senhora de Fátima, a atendente informou que é uma prática cobrar a mais dos pais pela contratação de um pedagogo em casos especiais (leia diálogo ao lado). Apesar disso, a psicóloga da instituição, Rosana Paranhos, afirmou que não há cobrança de taxa extra. O que há, segundo ela, é um “trabalho diferenciado”. “Tudo o que fazemos é conversado com os pais. Temos resultados ótimos e somos referência. As pessoas pedem indicação. Inclusive atendemos a primeira pedagoga que se formou com síndrome de Down”, disse.
A reportagem também gravou uma conversa na Escola Santa Rosa.Uma funcionária admitiu a cobrança de uma matrícula mais para o acompanhamento de alunos portadores de necessidades. A diretoria do colégio informou, por telefone, que só daria entrevista pessoalmente. Já o diretor da Renascença, César Augusto Peixoto, alegou que não cobra nada. “Temos alunos com síndrome de Down e nunca exigimos acompanhante.” Mas, segundo gravação feita pelo Correio, uma secretária afirmou não estar preparada para atender alunos com Down e disse exigir um profissional, escolhido pela família.
Conceito
O Decreto nº 3.956, que promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, cita que o termo discriminação significa “toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, antecedente de deficiência, consequência de deficiência anterior ou percepção de deficiência presente ou passada”.
Correio Braziliense (DF)
E deu essa resposta:
• • atualizado às 15h06
DF: aprovada lei que impede cobrança extra de alunos com deficiência
Projeto de lei que prevê multa a quem descumprir as exigências deve ser apresentado
O Distrito Federal (DF) promulgou nesta terça-feira uma lei que impede cobrança de taxas extras para a educação de alunos com autismo, síndrome de Down ou algum transtorno do desenvolvimento em qualquer instituição de ensino. A lei 5.089 foi sancionado pelo governador Agnelo Queiroz e publicada no Diário Oficial. A partir de agora, creches, escolas e universidades do DF estão proibidas de cobrar um preço maior pela matrícula desses estudantes.
A lei, de autoria do deputado distrital Robério Negreiros (PMDB), determina ainda que, além de não exigir valor extra, as instituições devem se preparar adequadamente para receber alunos com necessidades especiais. O objetivo é garantir igualdade tanto no ingresso quanto na permanência de estudantes com algum tipo de distúrbio no Distrito Federal.
"Esta lei dissemina a questão da inclusão do estudante nessas instituições de ensino, evitando qualquer tipo de preconceito", afirmou o deputado ao Terra. "É uma vitória para essas famílias", garantiu o autor da lei.
O projeto de lei previa a aplicação de multa às instituições que não se adequassem às exigências. No entanto, esse artigo foi vetado porque definia o valor em salários mínimos - o que, segundo o deputado, não pode ser aprovado. A multa prevista era de 7,5 salários mínimos. Ele agora pretende aprovar um projeto que inclui uma multa, definida em R$ 5.085, para quem não respeitar a lei. "Mesmo sem multa, porém, a lei é clara quanto à proibição de qualquer tipo de taxa", disse Robério Negreiros.
PORTAL TERRA NOTÍCIAS
O Rio Grande do Norte enfrenta esse problema, as famílias que tem filhos com deficiência em escolas privadas estão sendo forçados a pagar taxas que superam a quase três vezes o valor das altas mensalidades para manter seus filhos aí. Há na Assembléia projeto de lei semelhante ao apresentado no DF. Esperemos que venha com a rapidez que a situação requer.
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