Melero
A colocação que
apresentamos é uma síntese elaborada a partir de nossa prática educativa, os
princípios e a filosofia do Projeto Roma. Nesta colocação procuramos recuperar
o protagonismo do professorado que confia na inovação educativa e considera a
escola como agente de transformação social, assim como aos valores que
necessita desenvolver para isto.
Para compreender nossa
exposição, necessitamos fazer uma declaração de princípios. Em primeiro lugar,
não se trata de estudar qual é o melhor modelo para educar as pessoas com
Síndrome de Down como algo separado da cultura da escola, senão estudar a
cultura escolar sob o prisma da diversidade. Deste ponto de vista, o
professorado que participa neste projeto de pesquisa considera que é uma
alternativa ao existente. E em segundo lugar, nós temos considerado sempre o
Projeto Roma como um meio facilitador
de nosso desenvolvimento profissional. Por último, assinalar que seria
uma ingenuidade de nossa parte assegurar que o Projeto Roma tem resolvido todos
os nossos problemas didáticos, pois tão somente tem sido uma ajuda quando as
circunstâncias contextuais o tem permitido.
Destes princípios, quais
são esses valores de mudança?
a) Valores de emancipação e desenvolvimento profissional.
O convencimento de que a
diversidade é um valor tem sido o motor de nossa atuação dentro do Projeto Roma
que, de maneira evolutiva, nos tem ajudado a ir introduzindo melhoras em nossa
prática. Esta tomada de consciência de que a escola não pode ser entendida como
lugar de reprodução do sistema, senão um lugar de permanente reconstrução do
conhecimento e de atualização é o que nos tem obrigado a transpassar a fronteira
da oficialidade e situar-nos em uma alternativa educativa para evitar que na
escola exista um alunado silenciado.
Neste sentido,
desejávamos esclarecer que entendemos por “alunado silenciado”, que como
destaca o professor López Melero é o mesmo que dizer o que entendemos por
diversidade, por diferença e por desigualdade. A diversidade refere-se à
qualidade da pessoa porque cada qual é como é, e não como nós gostaríamos que
fosse. Este reconhecimento é precisamente o que é a dignidade humana. A
diferença é a valorização da diversidade e é precisamente nesta valoração onde
há várias manifestações, sejam de repulsa (antipatia, xenofobia, racismo) como
de compreensão (simpatia). É a consideração da diversidade como valor. E a
dignidade é o estabelecer hierarquia entre as pessoas, por critérios de poder
social, político ou econômico. É precisamente o contrário da igualdade. Se
todos os seres humanos nascemos livres e iguais em dignidade e em direitos
humanos, como nós, como profissionais iríamos permitir que em nossa escola se
cometa a crueldade da separação?
Deste ponto de vista, não
pode existir uma escola que não seja educativa, e portanto, integradora. A
escola que nós queremos é aquela onde as pessoas aprendem a conhecer, a
compreender e a respeitar a outras pessoas como são e não como gostariam que
fossem. Ou seja, pensamos que a escola como organização social tem que formar
mulheres e homens democratas e livres, vivendo e aprendendo os valores
internos.
b) Valor (auto) reflexivo.
Desejamos assinalar como
o Projeto Roma nos tem permitido partir sempre da realidade de nossas escolas.
Pretendíamos introduzir melhoras em nossa prática de nossa própria experiência
e não como meros aplicadores de princípios sem sentido. Todas as mudanças que
se têm introduzido sempre tem sido a partir da reflexão compartilhada com todos
os profissionais. O próprio projeto nos tem permitido sair de nossas próprias
fronteiras de cada colégio e refletir com outros colegas dos centros vizinhos,
formando-se um triângulo de reflexão entre profissionais de níveis primário e
secundário. Este tipo de atividade reflexiva algumas vezes aconteciam no
colégio e outras, na Faculdade de Ciências da Educação com o Professor López
Melero.
O Projeto Roma, ao abrir espaços para a
participação na tomada de decisões, está contribuindo para o desenvolvimento de
uma sociedade mais humana, menos discriminadora, mais democrática. A construção
desses ambientes escolares, com estruturas metodológicas e organizativas
democráticas tem possibilitado ao alunado e ao professorado uma nova axiologia
ao introduzir-se no colégio novas preocupações, tais como o pluralismo, a
liberdade, a justiça, o respeito mútuo, a tolerância, a solidariedade... “Esta maturidade ética da escola tem que ser fundamentalmente
crítica e reflexiva. A
ética democrática se constitui como uma ética cívica, onde as chaves giram em
torno à solidariedade e à justiça social” (López Melero, M. 1996).
O desenvolvimento
profissional pode fazer com que o professorado se faça mais conhecedor de si
mesmo e esteja mais seguro através de sua própria reflexão (auto - reflexão) e
avaliação. São os profissionais que desenvolvem uma auto - consciência e
confiança que lhes permite promover sua auto - estima profissional.
c) Valores Críticos ou Transformadores da prática.
A escola que defendemos
deve ser uma escola pública como modo de garantir o direito de todos à
educação, especialmente, quem menos possibilidades tem. Uma escola pública que
se caracterize por formar uma cidadania livre e com autonomia moral e
intelectual; que seja um espaço de diálogo social, onde seja possível o
desenvolvimento da liberdade pessoal, onde o intercâmbio de idéias entre alunos
e professores seja algo permanente e onde haja uma abertura à crítica. Uma
escola que seja militante defensora da socialização e o desenvolvimento de
valores.
Temos procurado que nossa
escola esteja em uma relação de interdependência com o entorno, a tal ponto,
que a escola tenha sabido refletir a cultura da comunidade. A escola abrangente
que aspira a assumir de forma integradora a diversidade é, como diz o Prof.
López Melero, “o
gérmen daquilo que tem que construir uma sociedade democrática,
pluralista e socializante na sociedade atual. Em uma sociedade pluralista tem-se que aceitar as diferenças e as
heterogeneidades das pessoas como potencial para que a sociedade avance e
chegue a ser eticamente madura. A cultura da diversidade, como potencial de
transformação, penetra no mais profundo da educação ( a moral, o mundo dos valores,... ) e não na parte puramente estrutural; daí que se tem que produzir uma
tomada de consciência radical ( não dogmática ) nos dirigentes e no professorado, que permita uma mudança profunda em
sua gestão e em seu pensamento pedagógico.”
O propósito fundamental dos movimentos
educativos críticos, como é o caso do Projeto Roma, é o de desenvolver teorias
e práticas progressistas que contribuam para a emancipação social. Esta
complexa tarefa requer a cooperação de todos aqueles que NÃO nos sentimos
identificados com o tipo de sociedade e de educação na qual nos encontramos.
d) Valores de solidariedade e de cooperação.
O Projeto Roma aspira a construir nas
escolas o Paradigma da Cooperação como ajuda compartilhada por todas as pessoas
envolvidas na educação para, dessa visão solidária, dar respostas conjuntas às
situações problemáticas que se estabelecem. Introduzir a participação
democrática no ensino requer a mudança de atitude de toda a comunidade
educativa. O êxito da participação se tem dado em dois âmbitos: na escola, abrindo
espaços democratizadores na vida escolar e na classe como comunidade de
aprendizagem cooperativa e onde se aprende não só a cultura, e sim que se
aprende a ser livre e a que o aluno participe ativamente no planejamento do
ensino e na tomada de decisões. Tudo isto nos tem permitido uma mudança
emocional, intelectual, de desenvolvimento profissional, de pensamento teórico
- prático e de atitude.
A integração e o trabalho
solidário e cooperativo necessitam de profissionais que tenham autonomia para
desenvolver sua profissão. Esta é a linguagem dos profissionais da escola da
diversidade. Quando estes profissionais trabalham com pessoas, com alunos com
Síndrome de Down de forma solidária e cooperativa, possibilitam uma melhora
substancial na aceitação mútua e no rendimento escolar de todo alunado.
Do que foi exposto até
aqui, seria conveniente estabelecer como se tem produzido este desenvolvimento
evolutivo em nosso pensamento pedagógico e em nossa prática diária. Para isto,
vamos distinguir três fases, a saber:
PRIMEIRA FASE OU DE INICIAÇÃO NO PROJETO ROMA.
Esta fase de iniciação e
de conhecimento do Projeto Roma nos permitiu conhecer, por um lado a
fundamentação teórica e todo o marco conceitual e metodológico, de um ponto de
vista vigotskiano, e por outro, sensibilizar o resto de companheiros do centro
para este novo modo de entender a cultura escolar. Foi uma etapa difícil e
gerou algumas confusões, até que pouco a pouco, se foi compreendendo. Também se
pode assegurar, que nesta fase, se foram detectando melhor as necessidades
curriculares e organizativas.
SEGUNDA FASE OU FASE DE DESENVOLVIMENTO.
Neste período, pode-se
dizer que temos procurado trabalhar a partir de dois grandes âmbitos: um é como
mudar a escola, buscando uma nova organização e um novo currículo. Aqui foram
desenvolvidos o que o Projeto Roma denominava “contratos de trabalho”, que mais
tarde se exemplificaram e, por outro lado não podíamos descuidar da formação do
professorado no projeto. Para isto, com o máximo detalhe, temos ido pouco a
pouco explicando em que consiste o projeto e a necessidade de conhecer o
pensamento vigotskiano e sua utilidade no currículo escolar.
TERCEIRA FASE OU DE REFLEXÃO COMPARTILHADA.
Digamos, que nesta fase
nos encontramos, dado que tanto professores como pais e universidade, buscamos
soluções conjuntas para a problemática que se estabeleceu. Esta fase se conhece
a partir do Projeto Roma como o
Paradigma da Cooperação e, nós o interpretamos como é a cultura do colégio através
da diversidade. O professorado está compreendendo que o que este projeto requer
é transpassar a parede de cada classe para incorporar-se em um pensamento mais
amplo que comporta todo o colégio. O Projeto Roma aspira transmitir que a
mudança cultural não é só de algumas professoras, senão de todas as pessoas do
colégio. Esta é uma questão de resolver.
A partir desta
perspectiva e de um ponto de vista didático, viemos trabalhando no que temos
denominado “Os Contratos de Trabalho”, mas sem esquecer: Quais são os conteúdos
culturais que a escola tem que ensinar? Que mudanças no estilo de ensino e no
trabalho cooperativo entre as quais o profissional tem que produzir para
conseguir um ensino de qualidade? A que nos comprometemos para isto? Quando nos
comprometemos? Que sentido tem a avaliação e como a estamos fazendo?
EM QUE
CONSISTE UM CONTRATO DE TRABALHO:
1 - O porquê dos contratos
O que se pretende com o contrato de
trabalho é obter uma metodologia que favoreça a aprendizagem autônoma, mediante
a tomada de decisões reais e o desenvolvimento das estratégias para aprender a
aprender, tais como: busca de informação, delineamento de problemas e
explicação do mesmo, o trabalho compartilhado e em equipe, a comunicação
através de palestras e a intervenção, conhecimento e compreensão do entorno.
OS
CONTRATOS
FAVORECEM
A APRENDIZAGEM
AUTÔNOMA.
|
2 - O nome e
origem
O nome de contrato de trabalho faz
referência ao compromisso pessoal que o alunado pode assumir ante a tarefa,
tanto no que se refere ao itinerário acadêmico, como ao itinerário de
crescimento pessoal. Este compromisso tem uma dupla vertente: consigo mesmo e
com o grupo (família, amizades, classe, colégio, cidade, aldeia global).
De todos os nomes que
hoje se dão a este tipo de estratégias: projetos de investigação, módulos,
temas, etc., nos parece que o contrato de trabalho se aproximava mais à
metodologia e ao modelo educativo que defendemos.
Podemos recuperar a
origem dos contratos dentro das monografias, projetos de pesquisa e planos de
trabalho da escola
Freinet, e, segue sua mesma linha: aprendizagem funcional, respeito
aos métodos naturais, incidência e transformação do entorno, desenvolvimento do
sentido crítico, aprendizagem autônoma e compartilhada, criatividade e
avaliação da cultura popular.
O DESENVOLVIMENTO DA
CURIOSIDADE
E O DESEJO DE CONHECER SE DESENVOLVEM NO CONTRATO DE TRABALHO
3 - Os conceitos - chaves
da Ciência
(Pensamento e ação
compartilhadas )
O que é ensinar, é também uma peça
importante neste sistema de trabalho, e para nós, não nos resta outro remédio
que compreender quais são as idéias chaves sobre as quais se apóia e se
organiza o conhecimento, portanto, os conteúdos, tanto atitudinais como
procedimentais e conceituais, para que haja um desenvolvimento integral da
pessoa em todos os âmbitos: corporal, cognitivo, afetivo, de identidade e
social.
Por outro lado, tem-se
que levar em conta que a formulação dos conceitos chaves ou estruturantes da
Ciência dará coesão e organização às diversas disciplinas das quais partiram.
Tudo isto, dentro do Paradigma da Cooperação, posto que a função da escola é,
precisamente, a reflexão, organização e interpretação de bagagem cultural que o
alunado traz ao âmbito escolar ou adquire através da multidão de informações
que recebe de seu entorno, das relações com as pessoas e dos meios de
comunicação. Finalmente, desenvolver o sentido crítico e profundo da vida.
Exemplo para o
conhecimento do Meio:
PARADIGMA
DA COOPERAÇÃO:
CONHECIMENTO DO MEIO
CIÊNCIAS NATURAIS
|
CIÊNCIAS SOCIAIS
|
TECNOLOGIA
|
Unidade
|
Desigualdade
|
Operadores
|
Diversidade
|
Diversidade
|
Máquinas
|
Mudança
|
Permanência e Mudança
|
Mudanças Sociais
|
Organização
|
Consenso e Conflito
|
Trabalho
|
Integração
|
Interdependência
|
Produção
|
Energia
|
-------------------
|
----------------------
|
Junto à construção deste
marco conceitual, e, em estreita vinculação com mesmo, os conteúdos
selecionados, acreditamos que estão permitindo ao alunado a aquisição de um
conjunto de procedimentos e o desenvolvimento de atitudes e valores: meios
ambientais, co - educativos, solidários... e chegar a desenvolver o aprender a
aprender, a compreensão e interpretação ao redor e a curiosidade e desejo de conhecer.
4 - A Organização e
Seleção do Conteúdo.
Temos organizado todo o
conhecimento do Meio Primário e seu equivalente em Infantil, e Ciências da
Natureza em Secundário, com uma estrutura organizativa análoga. A coerência, o
sistema de trabalho, nos está dando, através dos “Contratos de Trabalho”.
Um exemplo é o ponto de
partida que utilizamos para organizar os conteúdos, tanto atitudinais,
conceituais, como procedimentais (veja-se quadro no qual se especifica, como
exemplo, a distribuição dos conteúdos de conhecimento do meio para um ciclo de
ESO, 2o e 3o
Ciclo de Primário:
NÚCLEOS
|
1o
Ciclo de ESO
|
3o Ciclo de P.
|
2o Ciclo de P.
|
ALIMENTOS
|
* água ( presa ao
limoeiro ) 8o EG B *o morango ( plantação ) 1o ESO
|
* abacate tropical,
plantação
*Açúcar ( Málaga )
|
*Leite ( Vaqueria )
*Azeite (Benagalbón )
|
CORPO
HUMANO
|
audição, ruído, rádio.
1o ESO *o olho, a luz, a tv (Canal Sul ) 8o EGB.
|
*O animal inventado
(funções dos seres vivos )
*O corpo e suas funções
|
*O sistema
locomotor *A . Reprodutor.
|
ECOSISTEMAS
|
*Arroio Gálica
(ecosistema rio ) 1o ESO; *Rocha do corvo (ecosistema praia ) 8o
EGB; *O Monte San Antón (ecosistema monte ) 1o e 8o
|
* A desembocadura do
Guadalhorce; *O Parque de Málaga.
|
* O Arroio Gálica; * La Playa del Dedo.
|
MEIO SOCIAL
|
--------------------
|
*Andalucía (física,
alimentação, costumes...); *Minha cidade: Málaga (Museu de Artes Populares);
*A história de meus antepassados Andalucía; *A história de meus antepassados.
Espanha.
|
*O Bairro: El Palo
(Candado e Pelusa); *A população: Benamocarra; *A história de minha família;
*A história de Málaga.
|
TRANSPORTES
|
--------------------
|
*O avião
*A bicicleta
|
*O ônibus
*O trem
|
COMÉRCIO
IMPACTOS
|
*Os imaturos. (Pesca) 1o
ESO; *Os vasilhames. (Supermercado) 1o ESO; *As sujeiras (Terreno abandonado) 8o
EGB.
|
*Eroski
*Um quiosque
|
*Mercado (El Palo)
*Supermercado (Aldi)
|
ASTRONÔMIA
|
*O sol, sistema solar
(Planetário) 1o ESO;
*A via Láctea
|
*O Universo e suas
partes;
*Estações. Relógio
Solar.
|
*Dia e Noite;
*Satélites e Planetas.
|
TECNOLOGIA
|
---------------------
|
*Um carro de jogo
manual;
*Carrossel.
|
*Os Patins;
*A Bicicleta.
|
FÍSICA E QUÍMICA
DA VIDA
|
*O cimento, as pedras
(P. de cimento) 8o EGB;
*Os detergentes e s
química (P. de Lejía) 8o EGB;
*Os aparelhos elétricos
da casa (E. Solar) 1o ESO
|
*Ar;
*Solo.
-----------------------
|
*Água
*Ar.
----------------------
|
*Sevilla (consumo e
câmbio)
|
*Granada. Parque T.
|
*Benamocarra
|
SAÍDAS
COMPRIDAS
|
*Granada ( jardim e tecnologia)
*Acampada.
|
*Acampada.
|
*Alhama de Granda.
|
5 - Partes do
Contrato
a) A apresentação do contrato - A Responsabilidade.
O professorado pode
esbanjar imaginação neste momento tão importante, sendo fundamental que
explique ao alunado:
· A justificação do porquê
da escolha desse contrato e não outro;
· A utilidade que tem
(funcionalidade do conteúdo);
· O que se pretende;
· Abertura às sugestões e
contribuições.
b) Motivação.
Despertar a curiosidade e
a vontade de conhecer dependerão da motivação intrínseca própria que podem
criar no alunado. A maior quantidade de expectativas, a ilusão de trabalhar e
de dar com o que desperta curiosidade e interesses será maior, e como
conseqüência a responsabilidade e co - responsabilidade com a tarefa. Se o que
se vai trabalhar é útil de verdade para o que aprende, e, serve para elaborar e
construir o pensamento, a motivação está garantida.
c) A negociação.
A negociação é vital para
o trabalho por contratos, pois é uma forma de comunicação e de respeito à
tarefa coletiva. Donde se aceita outro modo de estabelecer a tarefa.
O contrato deve ser algo
vivo, dinâmico e propriedade da pessoa que o trabalho e o grupo. Chegar a
senti-lo como algo próprio, quero dizer que é de sua própria elaboração e não
do professorado que o coordena. É um grande salto no protagonismo do alunado em
sua própria aprendizagem e o aumento de sua responsabilidade no itinerário
acadêmico e de crescimento pessoal.
O que se negocia? O tempo
de duração, as saídas, os critérios de avaliação dos alunos, professores e
processos, as fontes de informação, os critérios de agrupamento.
Na negociação tem muito
que ver os critérios de avaliação, pois, se é o professorado quem põe a nota e
a única pessoa que tem algo a dizer sobre a avaliação, automaticamente, o
contrato passa a ser considerado propriedade do professorado.
d) Detecção das idéias prévias.
Outro momento importante
e a base da aprendizagem é partir
do que já se sabe. O como se aprende, ou seja, tem que partir da base do
conhecimento e da experiência de cada pessoa, ativando o que já sabe, que
normalmente é muito:
· Pergunta sobre as idéias
chaves do tema e da área (chuva de idéias);
· Ordenar, classificar e
organizar (mapa conceitual) as idéias prévias;
· Discussão comum em
pequeno grupo.
e) Desenho da Investigação.
Tendo em conta o que se
sabe e as expectativas que possuem, os passos a realizar seriam os seguintes:
# Despertam a curiosidade
por saber e querem conhecer;
# Escolhem o que quer
investigar ou trabalhar. Planejamento de um problema e sua explicação
(individual);
# Chegam a partir dos
trabalhos individuais, em acordo no grupo sobre o que se quer investigar
(pequeno grupo);
# Discussão comum de
todos os projetos de investigação dos grupos (grande grupo);
# Buscam informação: no
cantinho do Conhecimento do Meio, na biblioteca, em volta, casa, vídeos,
fichas, pesquisas... (pequeno grupo);
# Dividem o trabalho e
preparam a parte que escolheram (individual);
# Trabalham a
documentação que contribui ao professorado (saídas, conferências,
máquinas,...).
f) Conferência.
É uma estratégia para
compartilhar a informação. É um momento de grande solenidade. A classe se
coloca em forma de U e o grupo que dá a conferência, fecha o U.
As partes seriam:
· Preparar a conferência
individual e pequeno grupo. Mapa conceitual de cada parte, suporte gráfico
(mural, transparência, vídeo, teatro,... (pequeno grupo).
· Dar a conferência (grande grupo ou
ciclo).
· Colher as anotações do
grupo que dá a conferência.
· Proposta de intervenção
(pessoal, familiar, centro, cidade).
g) Apresentação do Contrato = Pessoal =.
Organizar o trabalho
(página de rosto, índice, introdução, fichas, investigações, conferências,
trabalho livre, avaliação e conclusão).
Em nossa prática temos
podido comprovar que o gosto e satisfação que os alunos sentem por seu trabalho
e o que se esmera por ele é grande e as pessoas com dificuldades ou que levam
outro ritmo bem abaixo ou bem acima se entusiasma da mesma forma.
h)
AVALIAÇÃO e as informações.
A avaliação é uma aprendizagem,
portanto, avaliamos para refletir sobre o que se tem feito, o que sabemos e o
que precisamos melhorar. Por outro lado, se temos em conta, que o verdadeiro
protagonista da aprendizagem é o aluno, e queremos que se responsabilize de seu
itinerário acadêmico e do crescimento pessoal, é de suma importância a auto -
avaliação. Uma auto - avaliação que não prejudique a auto - estima da pessoa,
que não se compara com as demais, não compete, e sim valoriza os próprios
avanços e retrocessos e que atua em conseqüência.
Sabemos que a competição
não melhora o rendimento nem motiva a aprendizagem.
Talvez o mais importante
na avaliação seja chegar a alguns critérios comuns sobre o que, o quando, quem,
para quê e o como avaliar. Nossa tradição avaliadora no sistema educativo se
limita a examinar os alunos com todo tipo de provas para averiguar se sabiam do
que o livro dizia, os apontamentos
e/ ou algum personagem deste livro. Em seguida, a informação era a única nota do
conteúdo acadêmico que naquele momento do exame era o que se possuía.
Isto nos tem levado a um
modelo de informe onde se avalia
todo o processo dos contratos e onde a avaliação se converte num sistema de
aprendizagem ( reflexo sobre o que temos feito, como o temos feito e o que tenho
aprendido ).
As provas
de auto - controle
são meros instrumentos de uns dos aspectos da avaliação.
Os
critérios de avaliação e os indicadores serão apresentados e negociados com clareza.
Haverá um tipo de informação que varia de acordo
com a pessoa que é dirigido: Alunos, Famílias, Professores ou Administração.
Modelo de
informação
de auto - avaliação da área de ciências Naturais.
COOPERATIVA COLÉGIO PLATERO
AUTO - AVALIAÇÃO DO CONTRATO
DA VELA CIÊNCIAS DA
NATUREZA.
INFORME DE......................................... CURSO......................
CONTRATOS
|
|
Tenho preparadas todas
as fichas
|
|
Está organizada, limpa
e decorada
|
|
Entreguei-a a tempo
|
|
Tenho feito trabalho
livre
|
TRABALHO EM GRUPO
|
|
Tenho exercido o cargo de ( Co., Se.,
Ma., Po. )
|
|
Tenho me responsabilizado sobre meu
cargo.
|
|
Tenho trabalhado com segurança com a
vela.
|
|
Participo nas assembléias.
|
|
Respeito a vez da palavra.
|
|
Contribuo com idéias nas assembléias
e colocações em comum.
|
|
Tenho um cargo de responsabilidade na
classe ou no colégio.
|
CONFERÊNCIAS
|
|
Tenho sabido
interpretar as informações.
|
|
Tenho buscado
informações em ( Fi., Li., Re., Pe., Vi., Or., En... )
|
|
Tenho comentado-as
no grupo e aceitado sugestões.
|
|
Tenho problemas com
o grupo na hora de prepará-la.
|
|
Tenho elaborado um
mapa conceptual coerente.
|
|
Que suporte gráfico
tenho utilizado ( Ac., M u., Te.,Ví., Dia., Nada... )
|
|
Tenho
utilizado meu vocabulário.
|
|
Escolho
anotações.
|
|
As tenho
falado em voz alta.
|
|
Comunico o
que sei ao colégio e à família.
|
INVESTIGAÇÃO
|
|
Sei resolver
problemas.
|
|
Sei formular
hipóteses.
|
|
Sei buscar
informações em livros ( pesquisar ).
|
|
Sei buscar
informação no ambiente.
|
|
Sei
interpretar a informação.
|
|
Sei tirar
conclusões.
|
TRABALHO INDIVIDUAL
|
|
Trabalho bem
sozinha/ o .
|
|
Demoro para
me concentrar.
|
|
Trabalho em
casa.
|
|
Sei organizar
meu tempo.
|
|
Preciso de
ajuda.
|
INFORMAÇÕES
|
|
Corrijo meus
erros.
|
|
Nota
|
Preciso continuar
aprendendo
......................................................................................................................
......................................................................................................................
......................................................................................................................
SUGESTÕES:
Alunos:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
Professores:
..................................................................................................
......................................................................................................................
......................................................................................................................
Família:
.........................................................................................................
......................................................................................................................
.......................................................................................................................
________________________
________________________
Assinatura do aluno/
aluna
Assinatura da professora
Sim,
Não, Às vezes, Bem, Mal, Regular
A informação às famílias
se realiza mediante uma entrevista, a qual tem as seguintes vantagens:
# Melhora a comunicação;
# Desmistifica as notas;
# Favorece a auto -
estima e conhecimento do aluno e aluna;
# A família compreende
algumas das atuações dos professores;
# Se desenvolve um
aspecto muito importante da tutoria com a família.
Embora um dos objetivos
da entrevista seja comunicar à
família como nós vemos o desenvolvimento das capacidades dos alunos dentro do
centro, também é interessante conhecer qual é o comportamento que existe dentro
do âmbito familiar e social, definitivamente, o que faremos para ajudar tal
indivíduo.
A idéia da entrevista é
chegar a um maior conhecimento da aluna e do aluno e coordenarmos com tal
tarefa a família e os professores, para ajudar a se desenvolver. A entrevista será encaminhada para
conseguir tais finalidades: conhecer, compreender, respeitar as pessoas em sua
diversidade.
Como o que vamos
fazer é entregar as informações
porque todos os cursos têm mais de uma professora ou professor, os pontos que
poderiam ser tratados seriam:
· Breve explicação do
objetivo da entrevista;
· Comentário ou explicação
dos informes;
· Aspectos positivos a
serem destacados com respeito à: convivência, atitudes e conteúdos;
· Pedir informação do
comportamento do alunado na casa: tarefas domésticas, relação com pais e irmãs
e irmãos, como ocupa o tempo livre...
· Plano de atuação conjunta
se for necessário.
6 - Aspectos
organizativos que facilitam e condicionam a aprendizagem e a autonomia:
a) Os agrupamentos
É imprescindível
desenvolver as habilidades necessárias para que exista o trabalho em grupo. É
necessário, pois, se defendemos a aprendizagem compartilhada, que consigamos
desenvolver as habilidades básicas como:
-
Saber
escutar;
-
Saber
resumir o que disse;
-
Ter
uma atitude positiva para o que fala;
-
Falar
quando lhe dão a palavra;
-
Saber
apoiar uma idéia;
-
Saber
coordenar um grupo;
-
Saber
emitir juízos críticos com respeito;
-
Saber
perguntar para conseguir mais informações;
-
Etc.
O agrupamento é diferente
segundo a atividade: de dois, de três, porém a estrutura organizativa básica do
contrato é o pequeno grupo (quatro pessoas) onde cada um desempenha um papel: coordenadora
que é a que se encarrega de dar a palavra, recordar o trabalho e a ordem, manda
ler o resumo do que foi debatido ou os acordos. Outro papel é a pessoa porta
- voz, cuja função é contar na comunicação o que trabalhou o grupo. Também
a pessoa secretária que recolhe por escrito o que se debate e decide.
Por último, a encarregada do material que cuida de guardar e distribuir
o material.
Estes papéis, como os
grupos, mudam em cada contrato, de tal maneira que, ao final do curso, todos os
alunos deveriam ter passado por todos os papéis. São auto - avaliados e
refletidos no relatório.
O grande grupo se utiliza
para as assembléias, colocadas em comum e em conferências.
As condições que se
colocam na hora de formar os grupos variam segundo o tema e a necessidade, mas
o mais usual é que sejam mistos, menino - menina, e que haja uma possibilidade
de ter estado com todo o alunado.
a) A distribuição da classe
T. GRUPO
|
ASSEMBLÉIA
|
PALESTRA
|
Com esta estrutura
organizativa a classe está em contínua mudança, segundo a necessidade da
tarefa.
b) A classe oficina
Para otimizar recursos, é
conveniente ter a classe oficina, isto é, a classe de Línguas, a de
Naturais..., sendo o alunado que muda de classe, visto que, tanto se funciona
sem livro texto como com ele, os recursos são socializados por todos os grupos
de alunos do ciclo.
c)
O ambiente da classe
O ambiente, tanto
estético como afetivo da classe, é também de grande importância, a caixa de
papel para reciclar, a biblioteca, os cartões de simpatia, os cartazes das
palestras, as cartas recebidas..., todos são mensagens que nos ajudam e motivam
para trabalhar.
7- Meios com os quais se conta.
(
não são imprescindíveis )
· Biblioteca de
classe:
-
Livros de consulta;
-
Livros
de texto;
-
Revistas:
Muy, Natureza, Conhecer...;
-
Folhetos
informativos (agência de viagens, consumidor,...);
-
Estampas,
anúncios;
-
(Impressora).
Publicações Periódicas.
· Arquivo de
classe: onde se acumula o material de imprensa, revistas, etc. de cada
contrato.
· Documentação
apresentada pelo professorado, específica para cada contrato.
· Trabalhos de
outros alunos.
· Computador com
CD - Rom dos temas dos contratos.
Dentro deste Paradigma da
Cooperação, vamos descrever como entendemos o apoio independentemente do que se
estabeleça segundo BOE, ou Boja. Vamos explicitar estas funções a partir de
quatro âmbitos: atenção à pessoa com Síndrome de Down, colaboração com a equipe
docente, participação no currículo e atenção e assessoramento à família.
· Em relação aos
alunos com Síndrome de Down
Aceita-se de modo
unânime, pelo professorado, que os alunos são os únicos responsáveis (culpados)
por seus problemas de aprendizagem e não o sistema educativo (às vezes este
sentimento se desloca aos pais e aos peritos). Ao se assumir que o fracasso nas
aprendizagens se deve a eles e não ao sistema educativo, pensa-se que são estes
e não a escola que tem que sofrer a mudança. Os defensores da segregação
aceitam de modo incondicional os princípios psicológicos e médicos que apoiam
estas teorias.
O papel do professor de
apoio em relação a este aspecto, fixa-se em ir mudando o coletivo de
professores e a escola, como promotora de mudança, para que abra espaços de
participação para que as pessoas com Síndrome de Down tenham oportunidade de
expressar suas competências cognitivas e culturais. Este é, precisamente, uma
das metas com os professores, que sejam capazes de atender às moças e rapazes
adequada e eficazmente, respeitando seu modo de ser. Reconhecemos que é um
processo complexo e carregado de dificuldades, mas nós o estamos desenvolvendo
através de nossa resposta às perguntas que nos formulam os professores, com a
intenção de ajudá-los; as perguntas se referem, às vezes, aos conteúdos e
outras às estratégias.
Levando em conta tudo
isso, faz-se necessário concordar com o professorado para tornar possível o
acesso ao currículo, tem que adequar uma série de meios de caráter pessoal,
ambiental e material; mas assim mesmo, são necessárias adequações ao processo,
tais como o de acomodar ou buscar um currículo diferente, uma metodologia
favorecedora da heterogeneidade, e uma organização espacial e temporal
diferente.
Ao nosso ver, este âmbito
é um dos mais importantes dentro das funções do professor de apoio e não
devemos esquecer que estamos educando para o futuro, isto é, para a autonomia
moral, intelectual e social dos jovens.
Não teria sentido que os
jovens adquirissem conteúdos culturais, se não lhes damos a oportunidade de
colocá-los em prática na vida quotidiana. A escola tem que ensinar levando em
conta como pensa o aluno e não como o faz o professorado.
Por último, desejamos
assinalar que é freqüente que as crianças cheguem com problemas cognitivos, ou
seja, que costumem apresentar problemas no seu modo de aprendizagem em vários
aspectos, a saber:
· a velocidade e
eficácia com que efetuam as atividades de processamento de informação.
A aquisição de informação é quantitativa e qualitativamente diferente.
· a organização
dos conhecimentos e a base de dados que consegue e como o alcança.
· a capacidade/
incapacidade para desenvolver estratégias espontâneas que lhes permita resolver
problemas da vida diária.
· a capacidade
para conhecer e regular sua própria aprendizagem. Metacognição.
Mas os problemas de
desenvolvimento e de aprendizagem não são só intrínsecos ao aluno, senão que
depende do contexto, ou melhor, da "qualidade" do contexto, em
princípio familiar e depois escolar.
Daí que costumamos trabalhar planejando e organizando seus
itinerários mentais a partir das situações da vida comum e a partir de âmbitos
acadêmicos, procurando um raciocínio lógico.
· Colaboração
com a equipe docente.
A primeira reflexão da
qual desejamos fazê-los partícipes é: como passar nossa concepção de escola e
currículo, anteriormente expressada, ao professorado? Este tem sido um dos
pontos fundamentais e de difícil e complexa solução. Algumas vezes, fazendo-os
participantes a partir dos princípios legais e éticos da diversidade e outras a
partir do diálogo e da compreensão da situação e tensão que muitas vezes vivem
os professores tutores. Daí, que o papel do professor de apoio seja de
facilitador e de ajudar na mudança de atitudes.
A escola e seus
professores têm que saber que as pessoas com Síndrome de Down são
competentes para aprender se eles
manifestam competência para ensinar. Só o trabalho solidário e cooperativo
entre o professorado de apoio e os tutores tornará possível uma mudança
profunda em sua mentalidade e em suas atitudes que o levará a uma prática
educativa diferente.
O profissionalismo dos
docentes tem dimensão coletiva (equipe docente), como em qualquer outra profissão.
Uma das funções que consideramos mais importantes das equipes docentes são
aquelas ações ou acordos que se têm que produzir de maneira formal ou informal
entre o professorado para compartilhar a educação dos alunos e os recursos
didáticos que sejam necessários para desenvolver o currículo.
· Em relação ao
currículo.
Quando o professorado não
confia nas competências cognitivas do aluno com Síndrome de Down, o que se faz
primeiro é solicitar à professora de apoio um currículo que substitua ao do
resto da classe, e na maioria dos casos, que esta tire o aluno da classe,
porque o entende como um elemento que distorce a marcha normal da classe e
considera isto negativo.
Em nosso modo particular
de entender como se adquire, como
se organiza e como se utiliza o conhecimento, assim como se constróem e
reconstróem estratégias em cada momento de tal conhecimento, partimos da idéia
de que no grupo da classe se tem que provocar a interação entre iguais. A
interação como base do desenvolvimento é uma ocasião única para produzir aprendizagem. As pessoas se
desenvolvem pela aprendizagem e a experiência e, estes se adquirem por
socialização e, as ocasiões de socialização produzem comunicação e convivência,
e tudo isto desenvolve a primeira das dimensões da condição humana que é a emoção.
A emoção como base do conhecimento.
Sabemos que a
socialização é a interação social e, portanto, a base do desenvolvimento e da
linguagem, sempre e quando o meio lhe oferece a oportunidade para isto. A
interação produz a aprendizagem e esta vai permitir avançar o processo de
maturação na pessoa com Síndrome de Down,
se os modos e estilos de educação forem mudados. A este respeito, afirma
o Prof. López Melero, que:
- A interação entre iguais ( cultura da
diversidade ) e a nova organização
escolar que exige a cultura da diversidade origina desequilíbrios na ordem
normal pré –
estabelecida de qualquer classe. Daí, que a estratégia didática seja um Currículo
Alternativo e uma Nova Organização Escolar.
Se, pelo contrário,
confiamos nessas competências, o modo de trabalho é muito diferente. O primeiro
que tem que concordar com o professor de cada assinatura são as idéias – chaves
de cada uma delas, isto é, aquilo que o professor considera imprescindível que
os alunos tenham que adquirir de cada matéria. Essas são as que vamos trabalhar
sempre em situação normal na classe.
O Currículo tem de se
concentrar em desenvolver as funções superiores (linguagem e pensamento) dos
alunos e, não as funções inferiores. Se queres que aprenda o que consideras
fácil, começa pelo mais complexo e abstrato. Isto lhe vai desenvolver uma
estrutura cognitiva ampla, que mais tarde lhe vai permitir aprender os
conhecimentos específicos. Tem que saber criar roteiros mentais, planificando,
previamente, qualquer atividade
que vá desenvolver. O importante no conhecimento, segundo nosso pensamento,
fixa em saber criar estratégias e para resolver problemas da vida quotidiana.
Aprendemos com Vigotsky,
que a interação social é o veículo fundamental para a transmissão dinâmica do
conhecimento cultural e histórico. Ou seja, a maior riqueza de experiências, em
situação normal, produz desenvolvimento. É na aprendizagem de maneira
continuada e progressiva, onde a pessoa com Síndrome de Down se desenvolve, e
não ensinando-lhes “conteúdos de um grau inferior” (Subcultura).
Tudo o que foi expressado
anteriormente, vem resumir que a escola, às vezes, não oferece à pessoa com
Síndrome de Down as oportunidades para que desfrute de um espaço compartilhado
nas aprendizagens.
* Assessoramento às famílias.
O papel do professor de
apoio em relação à família das pessoas com Síndrome de Down, é servir de
ligação entre a cultura escolar e os princípios do Projeto Roma, para conseguir
que a família lhe possibilite levar uma vida mais autônoma possível, em resumo,
que sejam pessoas autônomas.
E, no final, desejamos
destacar que uma das fontes de maior satisfação e revitalização no professorado
que vem participando neste projeto de investigação foi que o caminhar do mesmo
conseguiu uma melhora profissional, que não só nos beneficia, senão aos
processos de aprendizagem no alunado e aos processos de melhora no centro.
Neste sentido, o Projeto Roma pode ser considerado como um importante
instrumento cultural para desenvolver a cultura profissional do professorado
com uma maior autonomia e liberdade no desenvolvimento de sua profissão,
despertando ilusões para o reconhecimento de sua dignidade profissional.
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